Xirê dos Orixás
Livro Orixás: Forças Sagradas da Natureza
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Livro de gravuras por João Makray e textos por Flavia Castro
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Livro de gravuras por João Makray e textos por Flavia Castro
Inspirado na cosmogonia do Templo Guaracy, João Makray mergulhou no universo dos Orixás para revelar, com sua arte, algumas de suas manifestações na natureza. Muito além de ancestrais divinizados ou deuses míticos personificados com roupagens de colonizadores, os Orixás de João Makray trazem a dinâmica da vida, da natureza sagrada.
Dezesseis Orixás se sucedem na sequência chamada, pelo Templo Guaracy, de Xirê. A palavra traduzida muitas vezes como “roda” ou “dança” evoca a elaborada organização das forças da natureza que nasceram com a criação do mundo.
Segundo a Cosmogonia Guaracyana, em algum momento da eternidade, a luz, substância original do universo, se concentrou, adquiriu consciência de espaço e se expandiu. Essa explosão e a consequente fragmentação da luz, conhecida pelos científicos como Big Bang, deu lugar a uma trindade: Luz, Consciência e Energia. As três se expandiram ao mesmo tempo, de forma unificada. Entretanto, enquanto Luz e Consciência progrediram em forma linear e paralela, a Energia foi perdendo intensidade e adquirindo densidade, afastando-se cada vez mais de seu ponto de origem, criando uma curva descendente da qual nasceu o Xirê, a manifestação de toda vida na Terra.
Essa extraordinária dinâmica dos Orixás percorre os quatro elementos numa espiral contínua e infinita, que inicia com o Fogo primordial de Elegbara, originário do centro da Terra, para atingir Oxalá, a grande síntese da luz no Ar.
Para acompanhar cada gravura, foram escolhidas algumas palavras geradas pela maravilhosa visão Guaracyana dos Orixás. A intenção é preparar o olhar para o encontro com a natureza sagrada, tão presente na arte de João Makray.
Quadrante do Fogo
Os Orixás de Fogo – Elegbara, Ogum, Oxumarê e Xangô – percorrem o caminho da criação à cristalização. Marcam a origem, o ponto de partida. Dão início à sequência dos 16 Orixás a partir do quadrante sul do Xirê. Daqui os outros seguem, no sentido horário, a trajetória pelos quatro pontos cardeais.
Quadrante da Terra
Os Orixás da Terra – Obaluaiê, Oxóssi, Ossãe e Obá – representam a realidade física e concreta da vida. É o ciclo da saúde e da subsistência. Ponte entre o Fogo e a Água, os Orixás da Terra ocorrem numa sequência que vai alterando seu teor de Água, do mais seco ao mais úmido.
Quadrante da Água
Os Orixás das Águas – Nanã, Oxum, Iemanjá e Ewá – são relacionados com todas as emoções. Eles seguem o caminho natural das Águas, das nascentes ao mar e à evaporação. Encontram-se ao norte do Xirê, em oposição ao Fogo do sul. Se o ciclo do Fogo é associado com a potência, o ciclo das Águas traz a consciência, criando o equilíbrio das dualidades.
Quadrante do Ar
Os Orixás do Ar – Iansã, Tempo, Ifá e Oxalá – vão perdendo sua representação física. Depois de Iansã, só podem ser percebidos com a mente e o espírito.
Luz Espiritual
Oxalá é o último Orixá do Xirê. O ponto onde tudo converge antes de reiniciar um novo ciclo de manifestação da vida na Terra. Em Xangô, apenas uma pequena parte da energia liberada pela atuação de Elegbara, cristaliza. Essa energia é lapidada e refinada no ciclo da Terra, diluída no ciclo das Águas, sintetizada no Ar. Quando alcança Oxalá, resta apenas uma ínfima proporção da energia impulsionada por Elegbara. É a culminação de tudo que é manifestado na Terra: a luz das realizações.
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Fertilidade
Iemanjá é o mar, destino final de todas as Águas. Nosso planeta é 70% Água de mar. Nele, Iemanjá incorpora as Águas que correm pela Terra e as que caem do céu. O movimento contínuo e rítmico de suas marés traz o fluxo e refluxo das emoções. Iemanjá promove a fertilidade e a interação do masculino e do feminino.
Revelação
Oxóssi é biodiversidade, o equilíbrio ecológico que permite a sobrevivência no planeta. Com maior teor de Água, a Terra se torna mais fértil e permite a existência das múltiplas formas de vida vegetais e animais e as dinâmicas que regem sua interação. Eterno caçador, em busca do sustento material e espiritual, Oxóssi procura entender os mistérios da existência para garantir a continuação das espécies.
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Cristalização
Xangô é a cristalização da forma que teve origem na criação de Elegbara. É o primeiro Orixá do Xirê a ter uma representação sólida. São todas as pedras e minerais encontrados na natureza.
Força
Ogum é a força responsável por qualquer movimento. Por causa de Ogum, planetas giram em torno do sol, rios correm em direção ao mar, ponteiros de relógios se movem continuamente. Com ele, saímos à conquista da vida.
Princípio Materno
Oxum são as Águas que regem a fecundação e promovem a maternidade. Permitem a germinação das sementes e seu crescimento, proporcionando abundância e prosperidade – o ouro. Ao sair da fonte de Nanã, Oxum flui em direção ao mar, formando lagos e cachoeiras, levando com ela os peixes e as formas de vida das águas doces.
Libido
Elegbara é o caos, ponto de partida, impulso e transformacão, criação e recriação infinita do universo manifestado. Para nós, é libido e motivação para a vida.
Composição
Pela presença da Água, a luz do sol se fragmenta e revela suas cores. Oxumarê dá continuidade e direção ao movimento de Ogum. Na Terra, compõe e organiza as inúmeras células e funções que dão forma ao embrião e a toda criação.
Transformação
Obaluaiê é o pó resultante das pedras de Xangô que, junto à Água, gera os diferentes tipos de solos. É o fenômeno que confirma que na natureza, nada se perde, tudo se transforma.
Encantamentos
Ossãe são as plantas cujas substâncias ativas possibilitam o re-equilíbrio e a re-harmonização. Como Oxóssi, Ossãe mora na floresta. Com seus mistérios, provoca o encantamento que inspira a busca de Oxóssi. O conhecimento da magia de Ossãe e o poder de transformação de Obaluaiê, promovem o processo da cura.
Permeabilidade
Obá é a lama, a Terra altamente permeável, infiltrada por uma grande quantidade de Água. É o filtro que equilibra realidade e emoções e anuncia o reino das Águas. Obá promove os sentimentos de cuidado e compaixão que compensam a severidade das leis do ciclo da realidade.
Princípio Feminino
Nanã reina sobre todas as fontes e nascentes. Suas Águas sobem por efeito do Fogo do centro da Terra e, depois de purificadas pelo filtro de Obá, são renovadas para renascer na superfície da Terra.
Renascimento
Ewá é a evaporação e destilação provocada pela incidência do calor do sol sobre as Águas da Terra e do mar. Ewá retorna à luz, como Água pura em suspensão, deixando para trás os sedimentos. É o renascimento das Águas, a transformação do líquido em gasoso, a separação da matéria e do espírito.
Expansão
Iansã são todos os ventos, das brisas suaves aos violentos furacões. Eles nascem do Fogo, da Terra, da Água ou do Ar. Através de Iansã, propagam-se as sementes, ampliando o alcance da polinização. Iansã promove a expansão das ideias e das possibilidades infinitas.
Consciência
Os Tempos: o Tempo eterno, o Tempo cronológico ou físico e o Tempo espiritual. O Tempo que nasce de cada Orixá. Como Iansã, esse Orixá não pode ser visto, apenas percebido através de seus efeitos, tais como os sinais da idade do Tempo cronológico. Tempo traz a consciência e as referências relativas à vida na Terra: o passado, presente e futuro, assim como a aspiração à eternidade.
Sabedoria
Ifá é a sabedoria contida em todo conhecimento. Ifá é o poder de síntese. Através da simplicidade trazida pela sabedoria, alcançamos a luz de Oxalá.